FILOSOFIA ESPÍRITA, ENCANTAMENTO E CAMINHO

"JARDIN" - Claude Monet

BEM-VINDO (A) !
Síntese da nobre caminhada do ser humano em busca de sua natureza real, sua Ciência é o instrumento eficaz que estimula o Espírito à sua auto-descoberta; sua Filosofia o conduz à reflexão profunda; sua Religião em Espírito e Verdade revela-lhe a natureza divina de co-criador e partícipe do Universo.

Quando assim compreendida, permeia visões de Vida, amplia horizontes, eleva sentimentos, faz fluir, como as ondas suaves de um rio, as virtudes latentes e desconhecidas de seu mundo interior...


Por sua vez, a Música, como parte da Arte que reflete a busca pela própria transcendência balsamiza, inspira, eleva, encaminha à serenidade, à reflexão...


Base Estrutural do ©PROJETO ESTUDOS FILOSÓFICOS ESPÍRITAS (EFE, 2001) - CONSULTE O RODAPÉ DESTE BLOG:

“Seria fazer uma ideia bem falsa do Espiritismo acreditar que a sua força decorre da prática das manifestações materiais (...). Sua força está na sua Filosofia, no apelo que faz à razão e ao bom-senso.” (Concl.VI - O Livro dos Espíritos, Allan Kardec)."O Espiritismo se apresenta sob três aspectos diferentes: o das manifestações, o dos princípios de Filosofia e Moral que delas decorrem e o das aplicações desses princípios.” (Concl. VII - O Livro dos Espíritos, Allan Kardec).


O Título ©Projeto

Estudos Filosóficos Espíritas foi cuidadosamente refletido, tendo em vista que: 1) Deve refletir a natureza da obra espírita, eminentemente filosófica; 2) Deve refletir a natureza do curso; 3) Estudos Filosóficos é também o nome da vasta obra filosófico-espírita de Bezerra de Menezes, e constante da Bibliografia de apoio do deste projeto, com o qual pretende-se homenagear, reverenciando-lhe o trabalho ainda intenso de sustentação a causa espírita no Brasil, nas dimensões espirituais, juntamente com Espíritos da estirpe de Léon Denis, hoje liderando a Falange da Latinidade que igualmente traça diretrizes para a disseminação das ideias espíritas à humanidade;

4) Iluminando o Evangelho de Jesus com as luzes do Conhecimento Espírita, passaremos a trazê-lO ao coração, ao pensamento, à razão, aos atos, às atitudes, vivenciando com pleno saber e plena aceitação os seus ensinos.

Tal é a finalidade do Espiritismo – formar caracteres com vistas ao mundo de Regeneração (vide KARDEC, Allan, Obras Póstumas, “As Aristocracias”, div.ed.), conforme predito nas palavras de Jesus (Evangelho Segundo o Espiritismo, cap.VI, O Consolador, div.ed.), corroboradas pela Codificação Espírita.

Educar para o pensar espírita é educar o ser para dimensões conscienciais superiores. Esta educação para o Espírito implica em atualizar as próprias potencialidades, desenvolvendo e ampliando o seu horizonte intelecto-moral em contínua ligação com os Espíritos Superiores que conduzem os destinos humanos.(STS)

domingo, 19 de dezembro de 2010

terça-feira, 30 de novembro de 2010

ENCERRAMENTO DO ANO LETIVO 2010


MAIS UM ANO TERMINA... PLENO DE REALIZAÇÕES E ALEGRIAS; QUE OS BENFEITORES ESPIRITUAIS POSSAM ILUMINAR A TODOS AQUELES QUE NOS INSPIRARAM E APOIARAM NESTE MODESTO PROJETO, QUE ORA TRANSFORMA-SE EM ESTUDO APROFUNDADO DA FILOSOFIA DE LUZ: A FILOSOFIA ESPÍRITA !

ABRAÇO CARINHOSO A TODOS OS AMIGOS DO:
EFE - FILOSOFIA ESPÍRITA
GEIC - EDUCAÇÃO MEDIÚNICA COM BASE NA FILOSOFIA ESPÍRITA
CENTRO ESPÍRITA NOSSO LAR CASAS ANDRÉ LUIZ (ÁREA DE ENSINO/CONSELHO DOUTRINÁRIO)
VEJA OS SLIDES EM http://filosofandocotidiano.blogspot.com

domingo, 21 de novembro de 2010

32ª. AULA – FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA (SÉC. XIX AOS DIAS ATUAIS)



Características
Várias são as correntes filosóficas cuja marca em comum não são os pressupostos e as conclusões (que são diferentes), mas o instrumento de que se valem: a análise da existência.
REFLEXÃO
(Sonia Theodoro da Silva)
O Existencialismo afirma que o homem é uma realidade finita, que existe a age por sua própria conta e risco. Retrato da atual crise existencial vigente não só no Ocidente, mas que avassala as consciências comprometidas dos homens, teve seu início com o pessimismo de Schopenhauer, a angústia de Kierkegaard, tomando de assalto a Nietzsche, Sartre e todo o movimento filosófico ocidental. Traçou em seu perfil o Niilismo, a nadificação, conduziu a sistemas econômicos que levaram ao consumismo exarcebado, à projeção animista da Natureza, esgotada em sua função de geradora da vida e abrigo do Princípio Inteligente.
Fatalmente enganados por suas próprias análises vários pensadores desse movimento foram levados ao suicídio, resultante da profunda insatisfação pela Vida e exaltação do vazio existencial. Contrapondo-se a esta linha de pensamento, temos Jaspers e Marcel.
Mais recentemente, Luc Ferry, ex-ministro da Educação da França, defensor do Humanismo Secular, “visão de mundo que se contrapõe à religião, por conta de seu compromisso com o uso da razão crítica, em vez da fé, na busca de respostas para as questões humanas mais importantes (APRENDER A VIVER, 2006)”, e outros analistas críticos como Michel Foucault e André Comte-Sponville.

Diante de tais ideias, a Filosofia Espírita teria pontos de convergência? Certamente, pois o homem que busca a si mesmo também realiza-se na linha da existência nesta dimensão onde se encontra reencarnado, através da análise que envolve os grandes dilemas humanos nos quais está envolvido, bem como através do estudo, do trabalho, da convivência com outros seres humanos, das suas dores, aflições, dos impedimentos e das realizações.
Lembremo-nos, antes de mais nada, de que o livro O Céu e o Inferno (KARDEC, 1865) antecipou esse Movimento. Allan Kardec traça, com mestria, a linha de conduta para o enfrentamento dessas questões, tão dolorosas por si mesmas, mas infinitamente justas, pois são provenientes de nosso passado obscuro, contudo, conducentes ao encontro de nossa real identidade. Quando isto ocorre, sem dúvida nenhuma estamos a caminho de nossa mais nobre destinação: a de seres regenerados pela mais pura e lúcida consciência de nossa real natureza, a de seres imortais em contínua evolução.

Jesus de Nazaré já trouxera toda essa bagagem de conhecimentos consigo, e que se expressava através de sua vida e de suas lições à humanidade tão carente de conhecimentos e objetivos. Jamais um Espírito de tal envergadura moral transitou entre nós com o propósito de nos estimular ao desenvovimento do senso moral em sua mais nobre manifestação.

Este PROJETO ESTUDOS FILOSÓFICOS ESPÍRITAS, ora concretizado em três módulos de abordagem, pretende levar-nos a nós, educandos da Vida, ao encontro: com Jesus através da Sua Filosofia de Luz, à sua mais pura vivência de amor Universal em suas diversas modalidades.

Que o Projeto Estudos Filosóficos Espíritas tenha, internauta amigo, contribuído, com as aulas presenciais e online em suas informações objetivas, ao seu crescimento interior.

Continuaremos postando comentários sobre as aulas,e TAMBÉM NO BLOG: http://filosofandocotidiano.blogspot.com,A FILOSOFIA ESPÍRITA APLICADA.

A nossa equipe, formada pelos professores Alexandre e Victor e eu, Sonia, agradecemos o seu carinho e atenção e o (a) convidamos a participar de nossa aula inaugural PARA 2011, no próximo dia 27 de novembro de 2010, às 15:30 horas, nas dependências do Centro Espírita Nosso Lar Casas André Luiz, casa na qual colaboramos em diversas áreas, há bastante tempo.
VENHA NOS CONHECER E INTEGRE-SE NOS ESTUDOS FILOSÓFICOS ESPÍRITAS ! ! !

31a. AULA – FILOSOFIA MODERNA


FILÓSOFO: HENRI BERGSON (1859 – 1941)

Características de seu pensamento
No cerne da filosofia de Bergson está a noção de “duração”, o tempo como imediatamente experimentado, em contraposição ao tempo objetivo, medido por relógios. Concebemos este último pelo modelo do espaço, como um meio homogêneo, quantificável e divisível em intervalos iguais. Este, o tempo dos cientistas, é radicalmente diverso da duração experimentada como um fluxo unificado e contínuo, sendo cada momento qualitativamente único. (LAW, 2008).
Outro tema bergsoniano trata do “elã vital”, força vital que impele o movimento de duração, vista como parte da vida.
Podemos encontrar em Bergson, contemporâneo de Gabriel Delanne, ou em ambos a mesma harmonização de pensamento com relação ao conjunto da obra do Criador, e presente na Filosofia Espírita como constituindo seus princípios básicos e fundamentais. (STS)

30a. AULA – FILOSOFIA MODERNA (SÉC. XVII A XVIII)


FILÓSOFO: GEORG W. F. HEGEL (1770 – 1831)

Características
O idealismo constitui o nome da grande corrente filosófica romântica que se originou na Alemanha no período pós-kantiano e que teve numerosas ramificações na filosofia moderna e contemporânea. O idealismo absoluto tem por finalidade frisar a tese de que o Eu ou Espírito é o princípio único de tudo, e que fora dele não existe nada. (ABBAGNANO, 1999)
Reflexão
A filosofia de Hegel foi uma tentativa consciente de transcender as várias distinções e campos antagônicos que haviam definido o pensamento humano nos dois milênios e meio anteriores (MARCONDES, 2009). Sua principal obra, “A Fenomenologia do Espírito”, pretende ser uma ciência da experiência da consciência, como uma teoria universal do conhecimento; para tanto, o processo dialético hegeliano começa de uma posição posta em discussão: TESE; ao ser estudada, a tese pode chegar a um impasse, gerando oposição: a ANTÍTESE; o impasse poderia ser resolvida apenas por uma SÍNTESE. O pensamento de Hegel é complexo, porém quando analisado em seus aspectos convergentes com a Filosofia Espírita, encontra em sua síntese (a espírita) a solução de todas as questões aparentemente controversas: A FILOSOFIA ESPÍRITA É A HARMONIA DOS CONTRÁRIOS; COM ELA, NÃO HÁ CONTROVÉRSIAS NEM CONFLITOS CONCEITUAIS, POIS MOSTRA, EM SUA SÍNTESE, A PERFEITA HARMONIA CONTIDA NAS LEIS UNIVERSAIS.(STS)

terça-feira, 16 de novembro de 2010

29a. AULA – FILOSOFIA MODERNA (SÉC. XVII A XVIII)


FILÓSOFO: IMMANUEL KANT (1724 – 1804)

Características
Desenvolvimento de uma filosofia crítica, sob a influência do Iluminismo.
A filosofia de Kant reconsidera as pretensões da metafísica tradicional à verdade, preserva as chances do saber racional e do conhecimento científico, postula o valor absoluto da lei moral e apresenta uma moral do dever fundada na autonomia da vontade humana e no respeito à lei universal.
Kant e Descartes modelam o método do conhecimento espírita, sustentado na crítica com base no conhecimento, a única que pode trazer legitimidade aos seus conceitos. (STS)

28a. AULA – FILOSOFIA MODERNA (SÉC. XVII A XVIII)


FILÓSOFOS: G.W. LEIBNIZ (1711-1776)
Características
Designação de mônada como forma substancial ou substância espiritual como componente simples do Universo.
A doutrina de Leibniz baseia-se no estudo da mônada, que significa unidade, simplicidade, aquilo que não se pode dividir; nesta aula o pensamento leibniziano é apresentado em seus pontos de contato com o estudo da evolução do princípio inteligente na Doutrina Espírita, com a bibliografia constante do Programa do P. Estudos Filosóficos Espíritas. (STS)

27ª. AULA – FILOSOFIA MODERNA (SÉC. XVII A XVIII)


FILÓSOFOS: JOHN LOCKE (1632 - 1704); GEORGE BERKELEY (1685-1753); DAVID HUME (1711-1776)
Características
Com os pensadores acima, iniciamos um período conhecido como Empirismo. Sua tese fundamental preconiza a experiência pura como distinção entre físico e psíquico e, portanto, não pode ser interpretada em bases materialistas nem idealistas. Constituiu-se a partir do séc. XVI, juntamente com o racionalismo, representado por Descartes, como uma das principais correntes formadoras do pensamento moderno em sua fase inicial (até fins do séc. XVII). O empirismo desenvolveu-se sobretudo na Inglaterra e entre filósofos de língua inglesa. (NICOLA, 2002)
Reflexão
Não há quem ignore as inextricáveis dificuldades em que se debatem os filósofos quando e sempre que se trata de explicar a ação do físico sobre o moral, ou da alma sobre o corpo. O conhecimento sobre o períspirito soluciona, radicalmente, o problema. E o faz porque lança sobre os processos da vida mental intensa claridade, permitindo compreender, nitidamente, a formação e a conservação do inconsciente fisiológico ou psíquico. (DELANNE, 1937)

sábado, 23 de outubro de 2010

26ª. AULA – FILOSOFIA MODERNA (SÉC. XVII A XVIII)


FILÓSOFO: BARUCH DE ESPINOSA (1632 - 1677)
Objetivos Gerais

Rompendo cm as suas próprias origens judaicas, Espinosa sustenta que Deus e os processos da natureza são uma coisa só. Para ele, Deus, a substância (essência) criadora está presente na natureza; essa essência divina, para o filósofo, é eterna, imutável, do qual o resto (natureza) não passa de uma forma ou modo transitório.
Espinosa foi condenado por heresia e até os nossos dias o seu nome jaz cercado pelo preconceito e pelo dogmatismo (STS- Sonia Theodoro da Silva, 2010)

Reflexão
A Filosofia Espírita admite a imanência de Deus no Universo, porém como consequência de sua própria transcendência (LE, Capítulo Deus).

25ª. AULA – FILOSOFIA MODERNA (SÉC. XVII A XVIII)


FILÓSOFO: RENÉ DESCARTES (1596 - 1650)

Objetivos Gerais
Este período extraordinário, que viu florescer o estudo dos clássicos e a expressão máxima das artes, passou por uma crise que atingiu em cheio conceitos tradicionais e convicções enraizadas. (ROSSI, 1992)

Reflexão
O método cartesiano, que é por excelência racional, poderá ser equiparado ao da Doutrina Espírita, conforme as afirmações de Allan Kardec na codificação, ao recomendar a utilização do crivo da razão, preferindo rejeitar nove verdades a ter que admitir uma única teoria falsa. (ERASTO, 1861)
Nos tempos atuais, a fragmentação do conhecimento para nichos opostos e antagônicos de saberes está trabalhada em toda a codificação, contudo, no sentido de firmar, em suas bases estruturais, a necessária aliança entre Ciência e Religião, ou Razão e Fé. (SILVA, S.T., 2008)

24ª. AULA – FILOSOFIA MEDIEVAL (SÉC. I A XIV) – ESCOLÁSTICA


FILÓSOFOS: PEDRO ABELARDO (1097 – 1142); TOMÁS DE AQUINO (1227 – 1274)

Objetivos Gerais
Pedro Abelardo, homem do futuro, juntamente com Descartes, presos, ambos na irremediável armadilha do presente (PIRES, 1965), e esse presente era a Escolástica Medieval; o fato de ser um forte questionador dos fundamentos estruturais do dogmatismo católico em sua época, coloca-o como um dos precursores da ideia de liberdade de consciência, a partir da fé. Por sua vez, Aquino pretende assentar a sua filosofia sobre a filosofia aristotélica, com os fundamentos revelados pela Bíblia. (SILVA, S.T., 2008)

Reflexão
As formas materiais e transitórias da religião passam, mas a vida religiosa, a crença pura, desembaraçada de todas as formas inferiores é, em sua essência, indestrutível. O ideal religioso evolverá, como todas as manifestações do pensamento. Ele não poderia escapar à lei do progresso que rege os seres e as coisas. (DENIS, 1919)

23ª. AULA – FILOSOFIA MEDIEVAL (SÉC. I A XIV) – PATRÍSTICA


FILÓSOFO: AGOSTINHO (354 A 430)
Objetivos Gerais
À Filosofia cristã não cabe expor o núcleo da doutrina cristã, gerada pela pregação de Jesus, pelo anúncio da boa nova e pelo testemunho evangélico da primeira comunidade pascal. Incumbe-nos antes, esclarecer, no plano filosófico, o que essa doutrina produziu e quais os seus pontos de contato com a cultura clássica e pagã. (Rossi, 1992)

Reflexão
A reconstrução do pensamento agostiniano - Agostinho não vem modificar (na Doutrina Espírita) aquilo que ensinou; como tantos outros Espíritos presentes na codificação, ele vê com os olhos do espírito o que não podia ver como homem. Sua alma liberta percebe claridades novas, e compreende o que antes não compreendia. Novas ideias lhe revelaram o verdadeiro sentido de certas palavras. Quando na Terra, julgava as coisas segundo os conhecimentos que possuía; posteriormente, pode julgá-las com maior clareza. (KARDEC, 1864)

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

22a. AULA – FILOSOFIA ANTIGA: APOGEU DO HELENISMO FILOSÓFICO: ARISTÓTELES / DEUS, EXISTÊNCIA E NATUREZA


Objetivos Específicos
Situar o filósofo em seu contexto de primaz pensador científico, criador da lógica sistêmica que marca profundamente toda a tradição até o período moderno. Destacar o sentido e a importância do sistema aristotélico (saber empírico, ciência natural). De sua vasta obra, esta aula destaca: Metafísica, Psicologia e Ética. Mediar, no Espaço Interativo, o contato com Gabriel Delanne e indicar os pontos principais de discussão em sala de aula. (STS)
Reflexão
À medida que os conceitos éticos e filosóficos evoluíram, a compreensão da natureza divina igualmente experimentou consideráveis alterações. Desde a manifestação feroz à dimensão transcendental, o conceito do Ser Supremo recebeu de pensadores e escolas de pensamento as mais diversas proposições, justificando ou negando-Lhe a realidade. (Joanna de Ângelis)

21a. AULA – FILOSOFIA ANTIGA: APOGEU DO HELENISMO FILOSÓFICO / SÓCRATES E PLATÃO, PRECURSORES DA IDEIA CRISTÃ E DO ESPIRITISMO II


Objetivos Específicos
Mencionar os excertos dos Diálogos socráticos (Platão) que compõem a Introdução IV de O Evangelho Segundo o Espiritismo, legitimados na substância de seus ensinos pelo próprio Codificador; nesta aula, Platão, como interlocutor do pensamento socrático, estabelece a continuidade dos ensinos de seu mestre. (STS)
Reflexão
O Espiritismo, pelo simples fato de substituir a vida única pela pluralidade das existências, explica as desigualdades de um modo consoante à Razão e a consciência, acatando e exaltando a justiça do Criador.(STS)

20a. AULA – FILOSOFIA ANTIGA: APOGEU DO HELENISMO FILOSÓFICO / SÓCRATES E PLATÃO, PRECURSORES DA IDEIA CRISTÃ E DO ESPIRITISMO I


Objetivos Específicos
Esclarecer que a Filosofia Espírita, quando compreendida em espírito e verdade, permeia toda a nossa visão de vida, alarga-nos horizontes, muda a maneira de encararmos o circunstancial, desloca-nos do senso comum porque nos faz enxergar além dele. Enfatizar que Sócrates e Platão participaram da falange do Espírito da Verdade. Quando encarnados nessas personalidades, lançaram as primeiras sementes para o desenvolvimento da razão em bases morais, ao mesmo tempo que revelando a realidade da existência espiritual com a linguagem e os recursos da época. O pensamento socratiano conduz esta aula, com os fundamentos primeiros do conceito que, posteriormente, embasarão a moral. Como seu fundador sinaliza, dentro da própria Codificação, com esta abordagem, que permeia toda a obra espírita. Destacar as características humanistas e éticas presentes nesta aula, estabelecendo as ligações profundas com a Filosofia Espírita. Definir as fases do conhecimento desenvolvido por Sócrates: ironia, maiêutica, conceito. (Sonia Theodoro da Silva).

É O AMOR QUE ADORNA A NATUREZA DE SEUS RICOS TAPETES; ELE SE ENFEITA E FIXA MORADA ONDE SE LHE DEPAREM FLORES E PERFUMES. É AINDA O AMOR QUE TRAZ PAZ AOS HOMENS, CALMA AO MAR, SILÊNCIO AOS VENTOS, E SONO À DOR. (PLATÃO em O Evangelho Segundo o Espiritismo).

domingo, 5 de setembro de 2010

19a. AULA – FILOSOFIA ANTIGA: PERÍODO PRÉ-SOCRÁTICO (ONTOLÓGICO)/Princípios Constitutivos do Universo


Reflexão
“NÃO JULGUES A DOUTRINA DO SER COM BASE EM SENSAÇÃO, MAS SIM, COM BASE NA LÓGICA RACIONAL.” (PARMÊNIDES)
Antes de PARMÊNIDES DE ELÉIA, o “pai” da Metafísica, a especulação grega pela origem das coisas havia sido cosmológica, física; agora, passa a ser metafísica, ontológica. Com os Sofistas, temos o início do momento antropológico, o homem social (“educar os homens” é o lema de PROTÁGORAS DE ABDERA, o “Pai do Humanismo” e “Pai do Relativismo”), antecedendo ao período socrático com o homem moral, ético, como preparo para o advento de Jesus.
A GÊNESE ESPÍRITA, pautada nos três princípios constitutivos do Universo: Deus, Espírito e Matéria, em vez de ser limitada à Terra, abrange a imensidade infinita; em vez de fixar um prazo para a criação, prolonga-o por toda a Eternidade. (Léon Denis)

18a. AULA – FILOSOFIA ANTIGA: PERÍODO PRÉ-SOCRÁTICO (COSMOLÓGICO OU NATURALISTA)II /As Causas Primárias


Objetivos Gerais
Esta aula visa propiciar uma abertura às conotações científicas em direta conexão dos filósofos antigos com as teorias dos mais renomados cientistas da atualidade. Na convergência com a Filosofia Espírita, demonstra que a sua dialética é completa nesta aula: ciência que investiga, filosofia que perquire e religiosidade que faz transcender o saber à ética do Amor. (STS)
FILÓSOFOS DESTE PERÍODO: PITÁGORAS DE SAMOS, ANAXÁGORAS DE CLAZÔMENAS, LÊUCIPO DE MILETO, DEMÓCRITO DE ABDERA.
Reflexão
“AS COISAS VISÍVEIS SÃO UMA ESPIRAL SOBRE O INVISÍVEL.” (Demócrito e Heráclito)
O homem, o Espírito vai desenvolvendo sua perfectibilidade pelo cultivo de suas faculdades, que cumpre cultivar, até que chegue ao derradeiro degrau de sua ascensão, em que despontarão as derradeiras faculdades que serão as de conhecer os mais elevados segredos da criação, os quais lhe foram, em sua longa série de existências, mistérios incompreensíveis. (Bezerra de Menezes)

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

17a. AULA – FILOSOFIA ANTIGA: PERÍODO PRÉ-SOCRÁTICO (COSMOLÓGICO OU NATURALISTA)/ Elementos Gerais do Universo


Objetivos Gerais
Esta aula objetiva despertar o desejo de estudar e compreender o processo de encadeamento histórico-filosófico na busca pela origem das coisas (ARKHÉ). (STS) Especialmente a Escola Jônica ou de Mileto investigava o elemento primordial do mundo físico (PHYSIS). FILÓSOFOS DESTE PERÍODO: TALES DE MILETO, ANAXIMANDRO DE MILETO, ANAXÍMENES DE MILETO E HERÁCLITO DE ÉFESO.
Reflexão“A FILOSOFIA NÃO SE DIRIGE DIRETAMENTE AO MUNDO, MAS CHEGA A ELE POR MEIO DA INDAGAÇÃO DA ALMA.” (HERÁCLITO)
O Espaço Interativo completa essa reflexão, com o pensamento ético de Joanna de Ângelis: “...Antes que o homem não se penetre da necessária capacidade de entender as gloriosas elaborações da ‘Casa do Pai’, deverá mergulhar no labirinto de si mesmo e compreender a urgência de aplicar as regras do Evangelho de Jesus no comportamento diário, para habitá-la e fruí-la, por fim, quando despojado da pesada indumentária dos parcos sentidos.

sábado, 14 de agosto de 2010

16a. AULA – FILOSOFIA: O HOMEM A CAMINHO DA VERDADE / FILOSOFIA ESPÍRITA: A SUPERAÇÃO DO SENSÍVEL


Objetivos Gerais
Nesta aula, procuramos demonstrar que o conhecimento vem sendo construído/desenvolvido ao longo de milhares de anos de evolução. (STS)
Reflexão
(Sonia Theodoro da Silva)
O ser, agente desse processo, tem criado instrumentos de acesso perceptíveis ao mundo sensível/inteligível platônico, no qual vivemos e no qual estamos imersos de corpo e alma. O mundo inteligível, contudo, permanece restrito aos desprovidos de idéias pré-concebidas, míticas, místicas ou pré-conceituosas: este último vocábulo, adaptado para o nosso entendimento, como idéias conceituadas previamente à percepção e consequente análise, tal como o processo socrático de construção perceptiva no-lo demonstra. Nesta aula também desenvolvemos a Teoria do Conhecimento espírita, fundamentadora da Filosofia Espírita da Existência, com ampla discussão temática com relação à Filosofia, em estrita convergência à Filosofia espírita. O Espaço Interativo fecha com indiscutível precisão, a magnífica assertiva dos Espíritos Superiores e de seus fiéis continuadores na Terra, conforme a Bibliografia deste curso, facilitando o debate fraterno e o intercâmbio entre seus participantes .

sexta-feira, 2 de julho de 2010

14a.e 15a. AULAS – A LINGUAGEM/ LINGUAGEM E RESPONSABILIDADE


Objetivos Gerais
Trabalhar o significado da linguagem articulada como a maior aquisição da razão humana, fruto da evolução do Espírito. Mostrar que a linguagem filosófica espírita, fruto dessa evolução realizada, conduz o ser atual, em trânsito de um plano moral-existencial para outro, como um instrumento decodificador do pensamento que o leva a responsabilizar-se pelas palavras que profere. A linguagem demonstra o nosso nível moral, portanto deve fortalecer-se nos padrões éticos do Espiritismo com Jesus. (STS)
Reflexão

15a. AULA – LINGUAGEM E RESPONSABILIDADE

Nos mundos menos materiais que o vosso, os Espíritos se desprendem mais facilmente e se põem em comunicação apenas pelo pensamento, sem excluir, entretanto, a linguagem articulada. (...) Vossa linguagem é muito imperfeita para exprimir o que existe além do vosso alcance (...). (LE/A. Kardec).
A linguagem é produto da razão, e só pode existir onde há racionalidade (...). Ela é um dos principais instrumentos na formação do mundo cultural, pois é ela que nos permite transcender à nossa experiência. (STS)

13a. AULA – O MÉTODO EM FILOSOFIA / O MÉTODO EM ESPIRITISMO


Texto Reflexivo
(Sonia Theodoro da Silva)
Allan Kardec trouxe para a doutrina espírita, a única e inovadora metodologia científica investigativa acerca do mundo espiritual jamais realizada. Mantê-la, desenvolvendo-a corretamente, é preservar o Espiritismo das ondas culturais que surgem e passam no mar tempestuoso da vida de provas e expiações. É a bússola que mantém o navio da existência navegando em segurança para o porto seguro do conhecimento superior (o pensador espírita Léon Denis, no Espaço Interativo, conscientiza, em profundidade, essa questão). Conscientizar-se de que o pensar metódico e correto conduz ao equilíbrio e à harmonia do corpo e da alma (ver O Problema do Ser, do Destino e da Dor, Léon Denis, item Disciplina do Pensamento e a Reforma do Caráter).
A palavra método vem do grego meta, na direção de, e hodos, caminho. Literalmente significa seguir um caminho. (...) Método é portanto, um modo sistemático e fundamentado de investigação, cujas regras têm como objetivo chegar a algum resultado que se deseja. Um método não é inventado aleatoriamente – surge das dificuldades a serem superadas (...) entretanto, não é o método quem vai sugerir temas ou idéias novas. É a realidade concreta que apresenta problemas a serem enfrentados. (HNNeto)
A única garantia segura do ensino dos Espíritos está na concordância das revelações feitas espontaneamente, através de um grande número de médiuns, estranhos uns aos outros, e em diversos lugares (...) não se trata de comunicações relativas a interesses secundários, mas das que se referem aos próprios princípios da doutrina (...) ensinado espontaneamente, ao mesmo tempo, em diferentes lugares, e de maneira idêntica (...) quanto ao fundo. (Allan Kardec)

12a. AULA – A FILOSOFIA DO ESPÍRITO


Objetivos Gerais
Trabalhar conjuntamente a primeira perquirição racional-existencial, portanto filosófica, das origens do Universo, que acabaram por encaminhar o ser humano à sua plena identificação com a realidade que o cerca, e a construção da filosofia do Espírito sugerida pelo Espiritismo em consonância com o pensamento de Jesus. Igualmente, visa esclarecer que sublimação não significa encaminhamento à salvação redentorista e dogmática das religiões, mas realizar-se predominante e efetivamente em Espírito, nas experiências corporais e espirituais.(STS)
Reflexão
No crepúsculo da civilização em que rumamos para a alvorada de novos milênios, o homem que amadureceu o raciocínio supera as fronteiras da inteligência comum e acorda, dentro de si mesmo, com interrogativas que lhe incendeiam o coração. Quem somos? Donde viemos? Onde a estação de nossos destinos? (...) A missão do Espiritismo é, acima de tudo, o processo libertador das consciências, a fim de que a visão do homem alcance horizontes mais altos. (...) É a força renovada do cristianismo em ação para reeguer a alma humana e sublimar a vida. (EMMANUEL)

11a. AULA - O Conjunto da Filosofia: Formação da Filosofia na Grécia e a Filosofia Antiga


Objetivos Gerais
Esta aula visa propiciar condições para a compreensão das contribuições culturais dos povos da antiguidade nos campos da ciência, da arte e principalmente no modo de analisar o pensamento de cada filósofo. Trabalhar conjuntamente a primeira perquirição racional-existencial, portanto filosófica, das origens do Universo, que acabaram por encaminhar o ser humano à sua plena identificação com a realidade que o cerca. (STS)
Texto Reflexivo
Os povos da antiguidade – os egípcios, os hindus, os persas, os babilônios, etc., trouxeram grandes contribuições culturais para o patrimônio da humanidade. Já no século V a.C. a Grécia atingia o seu apogeu cultural. Durante este período surgiram nos campos da arte e da ciência, vultos extraordinários. Também floresceu na Grécia o interesse pela existência do mundo e pelo princípio das coisas. Tal interesse deu origem às reflexões filosóficas. As reflexões gregas são de profundo valor, pois inauguram os mais importantes temas debatidos pelos pensadores na história da Filosofia.(Padovani e & Castagnola)
A história da Filosofia na verdade significa a história do pensamento humano, dedicado a perscrutar os problemas do ser no decurso do tempo elaborando o conhecimento que satisfaz o anseio de saber, e põe soluções compatíveis com a possibilidade das épocas, e da capacidade intelectiva do homem, na imensa problemática existencial. (MSM)

10a. AULA - O Espiritismo e a Tradição Filosófica


Objetivos Gerais
Aprofundar os seguintes conceitos nesta aula: o Espiritismo é a síntese da nobre caminhada do ser humano em busca de sua natureza real; sua ciência é o instrumento eficaz que estimula o Espírito a descobrir-se; sua Filosofia o conduz à reflexão; sua Religião em Espírito e Verdade revela-lhe (ao ser humano) a própria natureza divina de co-criador e partícipe do Universo. (STS)
Reflexão
A tradição filosófica é terreno vasto e profundo em que podemos descobrir as raízes da Filosofia Espírita. Kardec partiu da pesquisa científica, originando-se desta a Ciência Espírita; desenvolveu, a seguir, a interpretação dos resultados da pesquisa, que resultou na Filosofia Espírita; tirou depois as conclusões morais da concepção filosófica, que levaram naturalmente à Religião Espírita.(JHPires)

9a. AULA - DO MITO À RAZÃO EM ESPIRITISMO


Objetivos Gerais
Aprofundar os seguintes conceitos nesta aula: o sagrado é a fonte comum onde bebem todas as tradições e experiências espirituais, muitas delas sistematizadas em forma de religião mítica, ou mística, que se propaga de geração em geração mediante ritos, símbolos e práticas que se constituem em um universo de crenças e valores significantes, cujo poder empresta eternidade à fugacidade da existência. Porém, a Filosofia Espírita, sem quebrar a mística natural do ser que se projeta na interexistência, abre-lhe perspectivas de plenitude ao conceder-lhe o entendimento de seu próprio processo de crescimento intelectual e moral, em bases de razão e fé. O Espiritismo, mecanismo que faculta a desmitificação dos conceitos humanos presos ao tempo, liberta, conscientiza e responsabiliza o homem por seus pensamentos e atitudes, tornando-o partícipe da obra universal. (STS)
Reflexão
A Educação é um processo que tem por finalidade estabelecer na Terra a solidariedade de consciências, da qual resultará uma estrutura (...) que proclamará o primado do espírito no planeta – é isto que o Espiritismo pretende atingir pelo trabalho e a compreensão dos homens; porque a tarefa é nossa e não de entidades mitológicas de qualquer espécie. (JHPires)

8a. AULA - A RESSIGNIFICAÇÃO DA MENSAGEM DE JESUS DE NAZARÉ


Texto Reflexivo
(Sonia Theodoro da Silva)
O CRISTIANISMO NÃO É UMA RELIGIÃO, É UMA DOUTRINA DO CONHECIMENTO, QUE FORNECE ELEMENTOS PARA MUITAS RELIGIÕES. A finalidade do cristianismo não é a salvação da alma após a morte, mas a sua salvação aqui mesmo na Terra. (JHPires)
Tendo em mente a reflexão do filósofo Herculano Pires, podemos concluir que a mensagem de Jesus de Nazaré foi transformada ao longo dos séculos, mormente durante a queda do Império Romano até o século XIX, em igreja formalmente constituída, sobre o mito do deus que se triparte em Pai, Filho e Espírito. A Filosofia Espírita, dando um salto qualitativo por entre as obscuras ideias medievais, vai ao encontro do Mestre inigualável, e traz de volta o seu ensino puro e desconectado de atavismos mitológicos. A visão ternária dogmática transforma-se em Espírito, Perispírito e Corpo Físico, como elementos partícipes da evolução humana, e a outra visão ternária, divina, os elementos constitutivos do Universo: Deus, Espírito e Matéria. Hoje, podemos sentir a presença de Jesus, em Espírito e Verdade, e acreditar – melhor dizendo – saber, que estamos todos divinamente interconectados com o seu Espírito, com a sua Presença Amiga, que jamais se afastou de nossa sofrida psicosfera terrena.

7a. AULA - A DESMITIFICAÇÃO: QUEM É JESUS DE NAZARÉ ?


Objetivos Gerais
Analisar aprofundadamente a proposta da Filosofia Espírita, que antecipa o processo de desmitificação de Jesus de Nazaré (meditar nas questões 100 a 110 de O Livro dos Espíritos); conduzir ao entendimento quanto à própria natureza e religiosidade, esta em Espírito e Verdade, sem representações míticas e místicas; se estas compuseram um dia a jornada do ser em busca de si mesmo e da própria espiritualidade, hoje o enclausura na simbologia, na lenda, na fuga de si mesmo e das questões existenciais que o afligem. (STS)
Reflexão
A CRENÇA NUM MITO NÃO TERIA SIDO SUFICIENTE PARA INSPIRAR AOS PRIMEIROS CRISTÃOS O ESPÍRITO DE SACRIFÍCIO, O HEROÍSMO FACE À MORTE (...) Jesus é, positivamente, a pedra angular do cristianismo, a alma da nova revelação. Ele constitui toda a sua originalidade. (...) Jesus, portanto, é MEDIADOR, E NÃO REDENTOR, PORQUE A IDEIA DE REDENÇÃO NÃO SUPORTA EXAME, É CONTRÁRIA À JUSTIÇA DIVINA, À ORDEM DO UNIVERSO. (Léon Denis)

6a. AULA - A DESFIGURAÇÃO DO CRISTIANISMO


Objetivos Gerais
Jesus não fundou nenhuma religião nem instituiu nenhuma igreja, segundo sustentam os grandes pesquisadores da história cristã. Não instituiu nenhum sacramento nem procedeu a nenhuma espécie de ordenação sacerdotal. Afastado de todas as instituições religiosas dos judeus, não se subordinou a nenhuma delas e criou apenas um movimento livre e aberto de preparação do homem para um mundo de paz e concórdia, justiça e amor. (JHPires)
Texto Reflexivo
(Sonia Theodoro da Silva)
A Filosofia Espírita segue nessa mesma linha condutora, ao libertar (novamente) o ser humano dos grilhões que as instituições igrejeiras persistem em manter. Já não há mais espaço para o tolhimento, a ausência de diálogo, a personalização contumaz e perniciosa que gera falsos ídolos e líderes carismáticos, a dependência institucional. Se Jesus otimizou o conceito de humanismo pincelando-o com as tintas poderosas do amor fraternal e do respeito à Vida, como acreditar que ele impusesse o jugo da subalternidade aos poderes transitórios implantados pelos homens em constante mutação psico-emocional ? Como acreditar que Jesus pudesse tirar-nos de um jugo delituoso para projetar-nos em outro, ele que instituiu o fardo leve e o jugo suave?
A FILOSOFIA ESPÍRITA trouxe de volta o Divino Transgressor, para que pudéssemos, na inquietação que nos caracteriza neste momento de transitoriedades, anular os elementos constritores de nossa religiosidade, remodelar a nossa existência em bases seguras, descobrir a própria essência, aquela que nos liga ao Criador de tudo e de todos. E é JESUS DE NAZARÉ DE VOLTA, AO FUNDAR O ESPIRITISMO SOBRE A TERRA QUEM NOS REVELA O SEU CAMINHO, A SUA VERDADE – a Filosofia Espírita da Existência vivenciada em plenitude e conducente à SUA VIDA, através da Ciência do Espírito que revela-nos a intrínseca divindade que trazemos e que nos une a Deus.

terça-feira, 25 de maio de 2010

5. AULA - A MITIFICAÇÃO DE JESUS DE NAZARÉ


Texto Reflexivo
(Sonia Theodoro da Silva)
Se os primeiros cristãos tivessem acreditado na divindade de Jesus, se dele houvessem feito um deus, sua religião ter-se-ia provavelmente submergido na multidão das que o Império Romano admitia, cada qual exaltando divindades particulares. O entusiasmo dos apóstolos, a indomável energia dos mártires, tinham sua origem na ressurreição do Cristo (...), prova manifesta da sua própria imortalidade. (Léon Denis) . Transformando Jesus de Nazaré em mito, o homem se transformou em robô. (JHPires).
A busca pela historicidade acerca da vida de Jesus, de seus apóstolos, sua herança familiar, etc., sempre ocupou a mente dos racionalistas e historiadores (Renan, Strauss, Guignebert, dentre outros). Em 1980, com a descoberta do túmulo de Talpiot, nos arredores de Jerusalém, atribuído à família de Jesus de Nazaré, e que deu origem posterior ao documentário de Simcha Jacobovici, “The Lost Tomb of Jesus of Nazareth”, seguido do filme hollywoodiano “The Body” (O Corpo), esse entusiasmo renasceu, porém restrito ao âmbito dos documentaristas e historiadores desvinculados, o que equivale dizer, livres dos poderes eclesiásticos e estatais. Em viagem à Terra Santa, e em estudos livres sobre religiões monoteístas, em Jerusalém, ninguém sequer mencionou-me ou aos outros participantes, a existência de tal tumba; oficialmente, o túmulo, ou túmulos atribuídos a Jesus são dois : o primeiro, uma laje de pedra sob uma pequena gruta construída dentro da Igreja do Santo Sepulcro, em Jerusalém, e outro, uma gruta maior, nos arredores de Jerusalém, e cuja posse é atribuída à família de José de Arimatéia, conforme mencionam os Evangelhos. A causa pelo silêncio seria a existência de um condomínio construído sobre o túmulo de Talpiot pelo governo israelense ? Talvez, o documentário é farto nessas elocubrações. Possibilidades, evidências, comprovações, cada uma dessas hipóteses, plausíveis, porém, jamais chegarão ao Jesus legitimado e desmitificado pela Filosofia dos Espíritos. Os homens estão muito presos às correntes da vida material, para poderem acessar Jesus em Espírito e Verdade. Preferem vê-lo, ou sob as correntes do Mito, ou sob a escravidão da vida de provas e expiações, fazendo-o descer ao nosso nível de evolução, com todas as necessidades e implicações que isto acarreta, do que admitir – ou aceitar – que Ele, pleno com as Leis Divinas, é a harmonia dos contrários em pessoa; é aquele que superou a dualidade latente em nossos Espíritos, que nos arrasta às necessidades reencarnatórias ora na forma física masculina, ora na feminina. É a plenitude consciencial que nada abate, nada afeta, nada atinge, porque compreende, porque aceita, porque Ama.
Por isso os homens, em sua arrogância, o isolaram na Divindade inatingível, um deus destinado a ser apenas adorado, distante dos mais simples, pois simples são as Leis de Deus, simples é a Vida que Ele nos concedeu.
Hoje, Jesus, consumido pelo mito criado pela prepotência, abriu espaços no tempo para voltar, em Espírito e Verdade, à nossa convivência, na FILOSOFIA ESPÍRITA. ESTA FOI E É A VOLTA DE JESUS. O mais, é mitologia.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

4ª. AULA - DO MITO À RAZÃO



Texto Reflexivo
(Sonia Theodoro da Silva)

Continuando com os Objetivos da 3ª. Aula, entendemos que o mito nasceu de uma atitude primária diante das coisas, sem rigor racional e sem crítica pessoal. A reflexão, a meditação ativa e a razão crítica viriam destruir o mundo mítico e elaborar um outro tipo de explicação: a filosófica. (Excertos extraídos da Bibliografia do Curso de Filosofia Espírita do Projeto ESTUDOS FILOSÓFICOS ESPÍRITAS).

Na questão 628 de O Livro dos Espíritos, estes esclarecem a Kardec que muito embora “cada coisa venha a seu tempo”, não há nenhum antigo sistema filosófico, nenhuma tradição, nenhuma religião a negligenciar, porque “todos encerram os germes de grandes verdades.” Com a chave que a Filosofia Espírita nos dá, podemos abrir as portas da análise conceitual com base no conhecimento adquirido; a Filosofia Espírita quebra o senso comum e abre-nos perspectivas amplas e abrangentes, concedendo-nos a oportunidade de interpretar o mundo e suas manifestações dentro da logicidade natural que o caracteriza. Com base na Bibliografia do curso, enfocamos em aula os Horizontes Agrícola e Civilizado, comentados pelo seu criador, John Murphy (The Origins and History of Religions, Manchester University Press, 1949), e ampliado com os conceitos espíritas de J. Herculano Pires: “No Espiritismo, a razão é apresentada como uma função do Espírito, um dos seus instrumentos de ação, e não como o próprio Espírito. O absolutismo da razão não existe, embora a razão se apresente como instrumento indispensável para o esclarecimento espiritual; é necessário considerar que a razão foi a escada de que o homem se serviu, para superar os horizontes anteriores, libertando-se do domínio das forças naturais ou instintivas.” Por outro lado, Claude Lévi-Strauss, estudando o pensamento “selvagem” mostrou que os chamados selvagens não são atrasados nem primitivos, mas operam com o pensamento mítico.

Assim sendo, com suas funções e atribuições, o mito estabelece padrões de representação que simbolizam o contato do ser humano com a realidade que o cerca. E se analisarmos a função do mito hoje, ele não perdeu a sua representatividade, porém não como projeção de religiosidade, muito embora as religiões formais ainda o conservem, mas como metáfora transmissora de mensagens de vários e diversos simbolismos. Joseph Campbell, um dos maiores estudiosos de Mitologia, aclara estas questões, que serviram de base à formação dos arquétipos coletivos de C.G.Jung.

Em workshops com R. Wagner da Joseph Campbell Foundation, tivemos a oportunidade pessoal de conhecer e vivenciar o simbolismo da vida mítica, que, desprovida da hipnose dos condicionamentos, traz à tona de nosso psiquismo as composições que construíram a nossa existência, e que nos torna indivíduos únicos na Criação.

Caem por terra os conceitos consumistas de que somos substituíveis, descartáveis, tanto na vida prática, quanto no coração de todos os que nos cercam.
O mito, que se perpetua hoje nas manifestações das artes em geral, ainda permanece como um poderoso meio de linguagem e comunicação entre diversas culturas e níveis intelectuais da humanidade. E a Filosofia Espírita, sem fechar esta questão, pelo contrário, amplia os conceitos nele propostos, como base de construção de nossa interexistência, a caminho da ‘angelitude’, ou harmonia dos opostos em nossa consciência, preconizada pelos Espíritos Superiores.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

3a. AULA : O PENSAMENTO MÍTICO


Objetivos Gerais
Esta aula visa trabalhar o mito em seu verdadeiro significado como instrumento interpretativo do mundo na construção da estrutura psicológica dos indivíduos.(STS)
Texto Reflexivo e Descritivo
(Sonia Theodoro da Silva)
O mito em seu conceito puramente existencialista – niilista, responde hoje pela perpetuação do apego aos significados estratificados da civilização. Reconhecer que o mito é renovável, hoje como instrumento de propaganda ou linguagem subliminar criando modismos e dependências psicológicas. O ser humano precisa libertar-se dos significados para sair em busca da própria natureza em essência, em espírito: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” - esta é a verdadeira mensagem subliminar a ser trabalhada em todo o contexto da Filosofia Espírita, e é Jesus, o Ser por excelência, equivocadamente transformado em divindade mitológica, desfigurado pelos hábitos e costumes culturais, pela incompreensão humana, e pelo processo construtivo teológico, quem retorna em Espírito e Verdade contemplando a humanidade com a Doutrina de Luz, o Espiritismo, que anula a sua multiface divina e no-lo mostra como Aquele que vive em Essência, pois o Seu é o modelo evolutivo que toda a Humanidade um dia alcançará. Esse processo está trabalhado nas aulas deste curso de Filosofia Espírita, pertencente ao PROJETO ESTUDOS FILOSÓFICOS ESPÍRITAS. (Excerto do Programa EFE/Sonia Theodoro da Silva).
“O PRINCIPAL ASPECTO DA QUESTÃO DA ORIGEM HISTÓRICA DA FILOSOFIA RESIDE NA COMPREENSÃO DE COMO SE PROCESSA A PASSAGEM ENTRE A MENTALIDADE MITO-POÉTICA (“FAZEDORA DE MITOS”) E A MENTALIDADE TEORIZANTE (..) A GRANDE MAIORIA DOS HISTORIADORES TENDE HOJE A ADMITIR QUE SOMENTE COM OS GREGOS COMEÇA A AUDÁCIA E A AVENTURA EXPRESSAS NUMA TEORIA.”
“DEVEMOS AOS GREGOS A RAZÃO OCIDENTAL: OS PRÉ-SOCRÁTICOS, NA BUSCA DAS ORIGENS DO UNIVERSO E DO HOMEM (ARKHÉ), ESTABELECEM LINHAS DE RACIOCÍNIO COM BASE, NÃO NA OBSERVAÇÃO EMPÍRICA, MAS NA COERÊNCIA DOS ARGUMENTOS QUE A CONFIRMAM.”
(EXCERTOS RETIRADOS DA BIBLIOGRAFIA DO CURSO).
ESTA REFLEXÃO, É CONFIRMADA POR EMMANUEL (A Caminho da Luz,CAP.X), E COLOCA OS GREGOS, PERTENCENTES À FALANGE DOS DEGREDADOS DE CAPELA (ÁRIAS), COMO IMPULSIONADORES DO PROGRESSO MATERIAL E INTELECTUAL, E DESPROVIDOS DO SENTIMENTO DEVOCIONAL E ESTRITO DO SAGRADO, CARACTERÍSTICA DOS POVOS SEMITAS. O SENTIDO DE SAGRADO ENTRE OS GREGOS ESTAVA LIGADO ÀS MANIFESTAÇÕES DA NATUREZA, NÃO HAVENDO AINDA O SENTIDO MORAL; PROJEÇÕES DOS ANTIGOS TOTEMISMO E ANIMISMO EM SUA ESSÊNCIA, PORÉM DISTANTES DOS MECANISMOS RITUALÍSTICOS DE ONDE AS RELIGIÕES SE SUPREM, ATÉ OS DIAS ATUAIS, E MAGNO MOTIVO DA MITIFICAÇÃO DE JESUS DE NAZARÉ.
DEFINIÇÕES:
SISTEMA DE MITOS : MITOLOGIA
MITO: CONTEXTO EXPLICATIVO FEITO PARA ESCLARECER UM FATO ATÉ ENTÃO DESCONHECIDO
RELATO MITOLÓGICO: ELABORAÇÃO DE NATUREZA POÉTICA, LITERÁRIA, MORAL, QUE SE FAZ SOBRE UM MITO OU ALGUM FATO DE NATUREZA LITERÁRIA OU HISTÓRICA
MITOLOGIA: CONJUNTO DE RELATOS MITOLÓGICOS, PODENDO INCLUIR ALGUNS MITOS DE DETERMINADO POVO
A PALAVRA MITO, VEM DO GREGO: MYTHOS, QUE DERIVA DE DOIS VERBOS MYTHEYO (CONTAR, NARRAR) E MYTHEO (CONVERSAR, CONTAR, ANUNCIAR)
ENTRE OS GREGOS:
“É UM DISCURSO PRONUNCIADO OU PROFERIDO PARA OUVINTES QUE RECEBEM COMO VERDADEIRA A NARRATIVA, PORQUE CONFIAM NAQUELE QUE NARRA; FEITA EM PÚBLICO, BASEIA-SE PORTANTO, NA AUTORIDADE E CONFIABILIDADE DA PESSOA DO NARRADOR; AUTORIDADE ESTA ADVINDA DO TESTEMUNHO VIVIDO OU TRANSMITIDO POR ALGUÉM CONFIÁVEL”. (M. CHAUÍ)
OS MITOS FORNECEM TANTO UM CAMINHO PARA O MUNDO SACRO QUANTO UM GUIA SOBRE COMO VIVER NO MUNDO DA REALIDADE COTIDIANA, POIS PARA UMA SOCIEDADE QUE SE IDENTIFICA COMPLETAMENTE COM A SUA MITOLOGIA TODAS AS AÇÕES NESTE MUNDO ECOAM NOS DEUSES.
MITOS, PORTANTO, NÃO GERAM MERAS HISTÓRIAS. OFERECEM COESÃO SOCIAL, ATUAM COMO GUIAS PARA O COMPORTAMENTO, MANTÉM O DELICADO EQUILÍBRIO, OS VALORES, AS ESTRUTURAS DE CADA SOCIEDADE, BEM COMO SUA RELAÇÃO COM O MEIO AMBIENTE, E CRIAM UM SUPORTE ESPIRITUAL PARA OS COSTUMES, OS RITUAIS E AS CRENÇAS.
“VIVEMOS PELO MITO E O INCORPORAMOS, E ELE NOS INCORPORA. O QUE É ESTRANHO É COMO O RECONSTRUÍMOS.” (M. AYRTON, THE MIDAS CONSEQUENCE)
A FRASE DE AYRTON NOS CONDUZ A ANALISAR O CINEMA HOJE, QUE CONTINUA A TRABALHAR O MITO EM SUA ESSÊNCIA. EX.: O SENHOR DOS ANÉIS, A TRILOGIA “GUERRA NAS ESTRELAS” (STAR WARS), O GLADIADOR(GLADIATOR), AVATAR; BEM COMO OS FILMES DE GUERRA ATUAIS QUE EXALTAM A FIGURA DO MITO GUERREIRO, MISTO DE HERÓI E MÁRTIR DE CAUSAS ATRIBUÍDAS AO IMÁGINÁRIO HUMANO, MAS QUE REMETEM A UM IMENSO TRIBUTO AO NACIONALISMO.
OUTRO EXEMPLO: QUASE TODAS AS SOCIEDADES RELATAM COMO O MUNDO, AS PESSOAS E OS ANIMAIS FORAM CRIADOS. EM GERAL, OS MITOS SOBRE A CRIAÇÃO FALAM DE UM MUNDO PRIMITIVO DE ESPAÇO VAZIO OU DE ÁGUA E GELO, QUE É MOLDADO POR UM CRIADOR; OU AINDA DE UMA BATALHA CÍCLICA ENTRE A ORDEM E O CAOS. O TEMA MAIS RECORRENTE NOS MITOS DE CRIAÇÃO É O DESEJO DE UM DEUS CRIADOR QUE SEPARA A TERRA DOS CÉUS, MOLDA AS PAISAGENS E CRIA PESSOAS A PARTIR DE BARRO, GALHOS E SUOR.
NA MITOLOGIA HÁ DOIS TIPOS DE HERÓIS. UNS SÃO CELEBRADOS PELOS GRANDES FEITOS, COMO HÉRCULES.
OUTROS DERAM AOS HOMENS OS DONS DA CULTURA, DA ARTE, DA AGRICULTURA. DE ACORDO COM CARL GUSTAV JUNG EM “O HOMEM E SEUS SÍMBOLOS”(MAN AND HIS SYMBOLS):
A HISTÓRIA ANTIGA DOS HOMENS ESTÁ SENDO REDESCOBERTA DE MANEIRA SIGNIFICATIVA POR MEIO DOS MITOS E DAS IMAGENS SIMBÓLICAS QUE LHE SOBREVIVERAM. O MITO DO HERÓI É O MAIS COMUM E CONHECIDO EM TODO O MUNDO. OUVIMOS REPETIDAMENTE A MESMA HISTÓRIA DO HERÓI DE NASCIMENTO HUMILDE, FILHO DE UM DEUS COM UM MORTAL (MILAGROSO), PROVAS DE UMA FORÇA SOBRE-HUMANA PRECOCE, NOTORIEDADE, LUTA TRIUNFANTE CONTRA AS FORÇAS DO MAL, E DECLÍNIO POR MOTIVO DE TRAIÇÃO OU POR UM ATO DE SACRIFÍCIO HERÓICO NO QUAL SEMPRE MORRE.
“O MITO É O PENSAMENTO ANTERIOR À REFLEXÃO MAIS CRÍTICA. NASCEU DE UMA ATITUDE PRIMÁRIA DIANTE DAS COISAS, SEM RIGOR RACIONAL E SEM CRÍTICA PESSOAL (CARACTERÍSTICAS DO MOMENTO FILOSÓFICO) :
A REFLEXÃO, A MEDITAÇÃO ATIVA E A RAZÃO CRÍTICA VIRIAM A DESTRUIR O MUNDO MÍTICO E ELABORAR UM OUTRO TIPO DE EXPLICAÇÃO: A FILOSÓFICA.”
A FILOSOFIA ESPÍRITA NOS MOSTRA QUE A LEI DE ADORAÇÃO É O RESULTADO DE UM SENTIMENTO INATO NO HOMEM, FAZ PARTE DAS LEIS NATURAIS NA CONSCIÊNCIA DOS SERES HUMANOS; DESENVOLVE-SE NAS SOCIEDADES A PARTIR DA ADORAÇÃO DE OBJETOS MATERIAIS, ATÉ ATINGIR A FASE SUPERIOR DE ADORAÇÃO EM ESPÍRITO E VERDADE.(SONIA THEODORO DA SILVA)

quinta-feira, 4 de março de 2010

2a. AULA: FILOSOFIA E FILOSOFIA ESPÍRITA – PONTOS CONVERGENTES E DIVERGENTES

O que é filosofia?
(Sonia Theodoro da Silva)
Qual é a origem da Filosofia? Qual o motivo que despertou e desperta no homem o desejo ou necessidade de pensar filosoficamente? E nesse filosofar, o que é que o homem busca e acha? Nossas reflexões nos dizem que tal impulso irreprimível faz parte integrante da natureza humana. (...) A origem da filosofia estaria no primeiro pensamento do primeiro homem que primeiro filosofou (...) Deus, que, ao criar o homem, o fez não de barro, mas, de pensamento, o fez, portanto, filósofo. São muitas as definições de Filosofia, mas a que subsiste como essencial é ainda a de Pitágoras: Amor da Sabedoria. (excertos de JHPires, constantes da Apostila-Programa Estudos Filosóficos Espíritas, fev.2008).

Luc Ferry, filósofo, ex-ministro da Educação na França, coloca essa definição dentro de um patamar de controvérsias, já que a maioria dos filósofos atuais ainda a discute sem conseguir chegar a um acordo. Dentre as definições encontradas, citemos: formação do espírito crítico e da autonomia, de um método de pensamento rigoroso, de uma arte da reflexão enraizada numa atitude de espanto, de questionamento (FERRY, L. 2006); é por seus métodos, mais que por seus temas, que a filosofia deve ser distinguida de outras artes ou ciências (AYER,A.J. 2008); filosofia é o estudo de problemas fundamentais, abstratos e muito gerais. Estes dizem respeito à natureza da existência, do conhecimento, da moralidade, da razão e do propósito humano (TEICHMAN, J.; EVANS, K.C.,2009). Ninguém tem certeza absoluta sobre o que é a filosofia (...), podendo ser concebida de modo tradicional, quando lida com as três Grandes Questões: O que existe? Como sabemos? O que vamos fazer a respeito disso? (...) Outros ainda acrescentam que a filosofia é bem mais definida por um método particular, dando razões para conclusões e trazendo clareza a elas; finalmente, alguns dizem que a filosofia consiste em um tipo de atitude ou modo de vida, com base em Sócrates (GARVEY, J.; STANGROOM. J. 2009).
Na Grécia socrática e pós-socrática a filosofia assumiu proporções abrangentes, quando pretendeu deslocar-se como método de apreensão da realidade. Na verdade, esse movimento já tivera lugar com os pré-socráticos e a sua busca pelo arkhé (origem) de todas as coisas.
A Filosofia Ocidental, ciência das ciências, indaga sobre as causas primeiras, preocupa-se com o ser das coisas e com as últimas finalidades; desta forma, para poder desenvolver-se, teve de separar-se da religião, já que esta última enfoca apenas a revelação divina. Suas indagações acerca de Deus, origem do universo, natureza do ser, quer fazer uso da razão, distanciada de qualquer interpretação mística ou mítica.

A Filosofia Espírita
Este livro (O Livro dos Espíritos) foi escrito por ordem e sob ditado dos Espíritos superiores para estabelecer os fundamentos de uma filosofia racional, livre dos prejuízos do espírito de sistema. (Prolegômenos/LE). Ao dizer que o Espiritismo era uma filosofia, Allan Kardec não estava excluindo seu caráter científico, muito pelo contrário. Além disso, como a ética ou moral é uma das áreas da filosofia, aquela designação também não excluía o aspecto moral do Espiritismo, que é a essência da chamada religião espírita. (CHIBENI, S.S. O Espiritismo em seu tríplice aspecto.)
A filosofia tem tudo a ganhar ao considerar seriamente os fatos do Espiritismo. Para começar, porque estes são a sanção solene de seu ensinamento moral e porque, por si mesmos, provarão aos mais endurecidos o alcance de sua conduta (...), o estudo aprofundado das consequências, que se deduzem da existência sensível da alma no estado não encarnado (...) o conhecimento da essência da alma, conduzirá a filosofia ao conhecimento da essência das coisas e de Deus. A filosofia é a busca por respostas, de sentido, de racionalidade, de entendimento das coisas e o Espiritismo, pela própria natureza das questões com que se ocupa, é filosofia.(PIRES, J.H., 1983)
Qual a originalidade filosófica do Espiritismo? Ele nasceu dentro da herança histórica do racionalismo francês (moldado no ocidente, desde a filosofia grega); admite a identidade do eu, como alma individual pesquisada post-mortem; admite a inteligibilidade do real; admite ainda a eficácia da ação humana como fator de evolução; assume a intuição, a possibilidade de acesso ao lado espiritual da vida, mas sob controle dessa razão histórica, objetiva. (INCONTRI, D. 2004).
Ou seja, o ser, como Espírito imortal, constrói, em sua interexistencialidade, a sua identidade espiritual, através de vidas sucessivas. A Filosofia Espírita, longe de ser contraditória, e por ser assistemática, assume o seu papel de síntese conceptual de todo o conhecimento desenvolvido, em bases seguras de razão e conducentes ao entendimento pleno das Leis Naturais, presença divina na criação. Mais do que isto, encaminha o ser à sua plena identidade com o Pai, fá-lo conhecer a própria religiosidade em espírito e Verdade, para que um dia, possa como Jesus dizer: Eu e o Pai somos um.

ESPAÇO INTERATIVO:
ESTAS SÃO AS PRIMEIRAS AULAS COMENTADAS DO CURSO DE FILOSOFIA ESPÍRITA DO PROJETO ESTUDOS FILOSÓFICOS ESPÍRITAS - EFE; COMO VOCÊ PODE VER, EXISTEM MUITOS PONTOS DE CONVERGÊNCIA SEGUNDO OS AUTORES ACIMA, ENTRE A FILOSOFIA DITA “TRADICIONAL” E A NOSSA QUERIDA FILOSOFIA ESPÍRITA. ENTÃO, VAMOS NOS APROFUNDAR PARA CONHECER QUAIS SÃO ESSES PONTOS DE CONVERGÊNCIA, MAS, ACIMA DE TUDO, PONTOS OU ASPECTOS QUE NÃO CONTRADIGAM OU COLOQUEM EM DÚVIDA OS PRINCÍPIOS NOS QUAIS A FILOSOFIA ESPÍRITA TEM SUAS BASES, SIMPLESMENTE, PORQUE SÃO PRINCÍPIOS UNIVERSAIS !
SEGUNDO LUC FERRY, O QUE É PREFERÍVEL EM FILOSOFIA É QUE SE REFLITA: “QUE SE PENSE NELA, SE POSSÍVEL, COM RIGOR E, POR VEZES, DE MODO CRÍTICO E INTERROGATIVO TAMBÉM.”
PORÉM, QUALQUER CIÊNCIA OU ATÉ O EXERCÍCIO DAS PROFISSÕES TAMBÉM PODEM LEVAR À REFLEXÃO E À ARGUMENTAÇÃO. MAS A DIFERENÇA É QUE, EM FILOSOFIA, NÃO SE FAZ DIGRESSÕES EM TORNO DE LUGARES-COMUNS, OU SEJA, A FINALIDADE ÚLTIMA DA FILOSOFIA NÃO É APENAS PENSAR MÉTODOS DE VIDA PRÁTICA, OU COMO EU POSSO ESTAR BEM NESTA OU NAQUELA SITUAÇÃO, E AINDA, PORQUE EU ESTOU ENFRENTANDO TAIS E QUAIS DIFICULDADES NA MINHA EXISTÊNCIA, ETC.
QUANDO NÃO ENCONTRAMOS TAIS RESPOSTAS, A NOSSA TENDÊNCIA É ACHAR QUE A RELIGIÃO PODERÁ “CUIDAR” QUE A MINHA VIDA MELHORE, POR INTERCESSÃO DOS SEUS REPRESENTANTES NA TERRA OU AINDA POR SEGUIR ALGUNS CERIMONIAIS DE “CONTATO” COM O DIVINO. TANTO A FILOSOFIA, QUE “PENSA” PORQUE EXISTIMOS, E QUAL A FINALIDADE ÚLTIMA DA EXISTÊNCIA, A RELIGIÃO TAMBÉM O FAZ. PORÉM, EXISTEM CAMINHOS ANTAGÔNICOS QUE AMBAS PERCORREM, POIS SE A PRIMEIRA REFLETE OS ANSEIOS HUMANOS, A SEGUNDA PROJETA NO DIVINO A SOLUÇÃO DE TAIS PROBLEMAS SEM SOLUÇÃO ! ENTÃO, COMO FICAREMOS ?
BEM, NÃO HÁ SOLUÇÃO PRÁTICA PARA TAIS QUESTÕES ! O QUE HÁ SÃO CAMINHOS QUE NOS COMPETE PERCORRER PARA A BUSCA DE RESPOSTAS.
POR EXEMPLO, O SER HUMANO SEMPRE PERGUNTOU AS CAUSAS DE UM TERREMOTO. NA ANTIGUIDADE REMOTA, ATRIBUIA-SE À FÚRIA DOS DEUSES; MAIS À FRENTE, CASTIGO DIVINO POR MÁS AÇÕES QUE OS HOMENS PRATICAVAM; HOJE SABEMOS QUE HÁ ILHAS QUE FORMAM PAÍSES E ATÉ CONTINENTES, E QUE REPOUSAM SOBRE PLATAFORMAS, OU MUITO PRÓXIMOS A ELAS, QUE PERIODICAMENTE SE MOVIMENTAM. E PORQUE? PORQUE O NOSSO PLANETA NÃO É UM BLOCO COMPACTO, ELE É INCANDESCENTE NO CENTRO, FORMADO DE PLACAS QUE SE MOVEM MAIS Á SUPERFÍCIE, E É VIVO, POIS NELE HÁ MILHÕES E MILHÕES DE SERES DEPOSITADOS EM SUAS PROFUNDEZAS AQUÁTICAS E SOBRE ELE, E QUE CONVIVEM CONOSCO, SERES HUMANOS, QUE SOMOS APENAS MAIS UM ELO DESSA IMENSA CORRENTE, FORMANDO A TEIA DA VIDA, DIRIA FRITJOF CAPRA.
SOMOS SERES QUE EVOLUIRAM AO LONGO DOS MILÊNIOS, ARMAZENANDO NO INSCONSCIENTE AS DIVERSAS FASES DESSA EVOLUÇÃO – E MAIS; REGISTRANDO EM NOSSO PERISPÍRITO AS FASES INORGÂNICAS E ORGÂNICAS DESSE PROCESSO; PORÉM, A NOSSA VISÃO AINDA NÃO REGISTRA DE FORMA EFETIVA ESSE PROCESSO NATURAL. NO FUNDO, NO FUNDO, BUSCAMOS RESPONDER A TAIS FENÔMENOS DEFININDO-OS COMO “TRAGÉDIAS”, COMO “CASTIGO DIVINO”, OU COMO “RESGATE OU EXPIAÇÃO”. NO FUNDO, NO FUNDO, TRATA-SE DO MESMO CONCEITO, COM PALAVRAS DIFERENTES.
ENTÃO, VAMOS FILOSOFAR “ESPIRITAMENTE FALANDO”: NA QUESTÃO DE No. 920 DE O LIVRO DOS ESPÍRITOS, KARDEC QUER SABER SE É POSSÍVEL AO SER HUMANO USUFRUIR DE UMA FELICIDADE PLENA NA TERRA.ARISTÓTELES JÁ SE PREOCUPAVA EM OFERECER ORIENTAÇÃO PRÁTICA SOBRE COMO SER FELIZ. VAMOS PESQUISAR ? PODE COMEÇAR.
MAS VEJA QUE A FILOSOFIA ESPÍRITA JAMAIS OFERECERÁ CAMINHOS DE “AUTO-AJUDA”, MAS, SIM, CAMINHOS SEGUROS E PERFEITOS PARA QUE O SER HUMANO, ENCONTRANDO-SE CONSIGO MESMO, POSSA AMAR-SE, E COM ISSO, RESPEITAR A VIDA NO ENTORNO – INCLUSIVE O SEU SEMELHANTE ! ! E ENTÃO, AGRADECERÁ A DEUS, POR TUDO O QUE POSSA CONDUZI-LO A ESTA FELICIDADE, CONCRETA, SEGURA E PLENA. (STS)

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

SOBRE MÚSICA E FILOSOFIA ...


(Sonia Theodoro da Silva)
Estudando em nosso Blog de Filosofia Espírita, você poderá se perguntar porque colocamos vários links com trechos de música clássica, além de outros: veja, não é ao acaso.
Cada compositor – principalmente os nascidos entre os séculos 18 e 19 – trouxe consigo a marca, se podemos chamar assim, de verdadeiros precursores da Filosofia Espírita no campo das Artes, ajudando assim, a “preparar” a sensibilidade dos homens e mulheres nascidos e por nascer naqueles séculos e nos séculos futuros, pois a sua música é atemporal, toda ela expressa em beleza e extrema harmonia. Muitos deles nasceram no Período Romântico – na Filosofia, esse Período deu origem ao Idealismo Absoluto com Kant e Hegel - em fins do século 18, e que abrangeu toda a civilização ocidental.
Depois do romantismo, o mundo nunca mais foi o mesmo; na poesia e literatura com Goethe, Schiller (pois o Movimento iniciou-se na Alemanha), na música com Beethoven e Brahms, na Filosofia, inclua-se Schelling aos já acima citados. Adentrando o século 19, a Europa inteira se embriagava com o sentimento de melancolia; no Brasil, Castro Alves morria de tuberculose e, por incrível que possa parecer, morrer dessa doença era a aspiração de todo grande artista, a fim de eternizar-se em holocausto à Arte. Giuseppe Verdi retrata esse momento, na ópera dramática “La Traviata”, cujo libreto inspirava-se na história da Dama das Camélias de Dumas.
Porém, aspirações à parte, infelizmente o Bacilo de Koch deflagrou uma pandemia pelo mundo, levando consigo outros grandes nomes, como Frédéric Chopin, morto precocemente aos 39 anos. No ano de 2010, comemorou-se 200 anos de nascimento do grande compositor. Dele diz Eduardo Rincón: Chopin foi uma força única, um compositor de personalidade tão singular, que jamais teve de lutar para ser reconhecido. A médium brasileira, Yvonne do Amaral Pereira teve a oportunidade de dialogar, por diversas ocasiões, com o Espírito Chopin, e estes encontros estão relatados em detalhes em seu livro “Devassando o Invisível”.
Mas o Romantismo – época em que surge a Doutrina Espírita construída como Filosofia –em verdade conduz o ser humano a pensar que ele não era apenas razão, como o Iluminismo o fizera crer. Ele era um ser composto de paixão, sentimentos, emoções, de reflexão, de instrospecção, trazia consigo a mística da religiosidade inerente à sua verdadeira natureza de Espírito imortal, viajor do Infinito, no dizer de Plotino.
O Romantismo redescobrira a importância do impulso de sensibilidade inspirado pelas Artes, no processo do crescimento humano. Se você quiser um exemplo prático, já que falamos em Chopin, ouça o 2º. Movimento Larghetto, de seu Concerto No. 1, Opus 11, reproduzido ao lado: feche os olhos e deixe-se levar por seus suaves acordes ...
Outro exemplo, é o trecho Lacrimosa do Réquiem de Mozart (ouça-a com a Filarmonica de Berlim, sob a batuta do maestro Claudio Abbado). Muitos dirão que ele é melancólico, que traduz uma grande dor. De fato, pois retrata a dor de Maria e de Jesus no episódio do Calvário. Mas percebemos que ele também retrata a imensa tristeza presente no coração do grande compositor, pois despedia-se da vida terrena naqueles acordes (este foi o último Movimento que compôs em seu leito de morte); porém, a extrema beleza e a musicalidade contidas nesse Movimento, ao contrário, leva-nos a agradecer à personalidade desse Espírito magistral pela grandiosa herança legada à Humanidade (leia a sua entrevista publicada por Allan Kardec, na Revista Espírita de 1858, com a reprodução psicopictografada de seu lar em Júpiter, pelo médium Bernard Palissy). E eu ainda ousaria dizer que a Lacrimosa foi uma mensagem direta dos Espíritos Superiores à Terra, em forma de música, e que – sem palavras que a descrevam – “fala” à nossa alma das imagens sublimes de outras paisagens, quem sabe as de um plano de Regeneração, onde o Bem e o Belo prevalecem...
Infelizmente aqui não há espaço para falarmos de todos: Beethoven, Brahms, Haydn, Haendel, Massenet... Mas como você sabe, a Musicoterapia adota trechos de suas Sonatas, Sinfonias, concertinos, concertos para o tratamento eficaz de enfermidades psicossomáticas.
Saiba ainda que quando você estiver estudando, ou lendo, ou simplesmente quiser repousar de um dia estressane, Johann Sebastian Bach (do período Barroco, que antecedeu ao Romantismo) é altamente recomendável.
Quando quiser alegrar-se, as orquestrações para piano de Mozart (ainda ele) por exemplo o Concerto No. 9, em seu 1º. Movimento aqui apresentado por Mitsuko Uchida; quando quiser apenas admirar o pôr do Sol, ou pensar na vida, ouça um Noturno de Chopin.
Mas, em meio a tantas maravilhas, a tragédia tomou o lugar que lhe era próprio. Muitos desses Espíritos, dotados que foram de extrema sensibilidade, ‘perderam-se’ na Melancolia de que eram portadores (acerca desse fenômeno, veja o item 25 do Cap. V de O Evangelho segundo o Espiritismo) e, caindo em profunda depressão, ceifaram a própria existência, como nos casos de Tchaikovsky e de Robert Schumann. A eles o nosso imenso carinho, pois encantaram (e encantam) a nossa existência com a Beleza de sua Arte.
Então, entendeu agora o porquê da Música aqui presente? E para não esquecermos que a boa arte musical se expressa constantemente em sua atemporalidade, você também encontrará os contemporâneos Vangelis, Josh Gobran, M. Jackson, Milton Nascimento, Mercedes Sosa, Bach revisitado pelo excelente Bob Mc Ferrin, e muitos outros que ainda virão, também representando os períodos culturais importantes para a Filosofia, pois quer admitamos ou não, eles influenciaram os pensadores e filósofos de todos os tempos; e todos encantando o nosso caminho rumo à Filosofia Espírita !
Quanto às aulas em nosso Blog, elas serão postadas a medida em que se realizam as aulas presenciais, para, também, darmos tempo suficiente à reflexão. Também indicaremos filmes, aulas e palestras, todas concernentes aos assuntos abordados, com links, quando houver.
O PROJETO ESTUDOS FILOSÓFICOS ESPÍRITAS seguirá sequencialmente, com as aulas ampliadas com novos conceitos em Filosofia e Filosofia Espírita.

Os artigos aqui arquivados e também constantes de nossa página no www.feal.com.br no conjunto “Colunistas”, servem como referência para o momento atual. É a Filosofia revisitada sob os auspícios da nossa querida Filosofia Espírita.
ABRAÇO FRATERNO, E QUANDO QUISER TROCAR IDÉIAS, MANDE SEU EMAIL PELO: efe_ver@hotmail.com para você que está no Brasil e ver_cefe@hotmail, para você que reside nos demais países.

domingo, 10 de janeiro de 2010

ESTUDOS FILOSÓFICOS DO ESPIRITISMO


(Sonia Theodoro da Silva)
Poucos conhecem os artigos e crônicas escritos pelo dr. Bezerra de Menezes para o jornal O Paiz, jornal mais lido no Brasil em fins do século XIX, com sede no Rio de Janeiro sob a direção de Quintino Bocaiúva, com o pseudônimo de Max. Por volta de 1977, Freitas Nobre, fundador da Folha Espírita e conhecido pela sua atuação nos meios políticos de São Paulo, pesquisa, organiza e lança este trabalho em formato de livros publicados naquela data, em três volumes.

Esclarece Freitas Nobre que a primeira edição em livros saiu publicada em Portugal, e o seu trabalho concentrou-se em torná-los mais didáticos, titulando os capítulos conforme os conteúdos nele contidos. Sem pretensões de aprofundamento filosófico, como em outro livro de sua autoria “A Doutrina Espírita”, mais conhecida como “A Carta de Bezerra a seu irmão”, pois o público alvo a quem se dirigia era a população da cidade do Rio de Janeiro, Bezerra de Menezes, contudo, transita pelo vastíssimo universo do conhecimento filosófico, para nele encontrar pontos de conexão com a Filosofia Espírita.

Desde o período pré-socrático, adentrando pelo helenismo com Sócrates, Platão, Aristóteles, Bezerra transita pelos neo-platonicos, por Orígenes, para trazer-nos as idéias sobre reencarnação, mediunidade, lei de causa e efeito, a situação do Espírito após a morte, Deus, Espírito e matéria, as condições intelecto-morais que determinam a felicidade ou a auto-flagelação consciencial dos humanos. Idéias que permeavam o pensamento dos sábios da Antiguidade, porém, algumas, vestidas do momento mitológico em que viviam, são revisitadas pela doutrina dos Espíritos, trazendo-as despidas dos véus de Ísis, que acobertavam a realidade com a magia do mistério.

Grande admirador de Léon Denis, e por este igualmente admirado, permutavam correspondências, e em muitas ocasiões foi o eminente pensador francês o representante do Brasil, nos eventos de importância cabal para o processo de fortalecimento do Espiritismo em terras européias. Presidente honorário da Federação Espírita Brasileira, Léon Denis nutria carinho especial pelos espíritas brasileiros e em sua obra Depois da Morte refere-se ao desenvolvimento do Espiritismo no Brasil, enfatizando os esforços de seus pioneiros, com ênfase a Bezerra, sobre quem, após o seu falecimento, manifestou os seus sentimentos dizendo: “Quando um tal homem desaparece, é uma perda não só para o Brasil, mas para os espíritas do mundo inteiro.”

Léon Denis e Bezerra de Menezes, pensadores legítimos da Filosofia Espírita que se desdobra naturalmente em Ciência e Religião, pois é desta forma que o conhecimento é construído: o fenômeno, seu estudo e pesquisa que derivam numa filosofia e seus desdobramentos ético-morais, são os condutores naturais da via de acesso ao conhecimento espírita, que, tempos depois, teve a sua sequência natural com a missão do Espírito Emmanuel, condutor de falange de Espíritos dedicados ao desenvolvimento do tríplice aspecto de abordagem doutrinária, transitando igualmente pela literatura romanceada, e pela poesia.

Absoluta coerência; total harmonia de propósitos e desprendimento em prol da causa de Jesus, que, renovada após quase 2000 anos de peregrinações pelo mundo, jazia morta nos templos que o homem erige para o seus próprios e efêmeros objetivos.

A aliança – mencionada na Bíblia – entre Deus e o homem, se transfigura, desmitifica e desmistifica-se com o Espiritismo, que surge, radiante, como resultado natural das conquistas realizadas pelos nobres Espíritos do “céu” e da Terra.

Como orientação aos iniciantes do Espiritismo, mencionamos os seguintes autores e seus enfoques de abordagem, embora os mencionados também desenvolvessem seus estudos igualmente sobre outros aspectos, porém todos sob os legítimos alicerces da Codificação espírita:

• Filosofia : Léon Denis, Bezerra de Menezes, Deolindo Amorim, José Herculano Pires.
• Ciência (aqui cabe mencionar pesquisadores sobre mediunidade, antropologia espírita, cosmologia, física, medicina, reencarnação, etc.): Gabriel Dellane, Ernesto Bozzano, Cesar Lombroso, William Crookes, Alexandre Aksakoff, Camille Flamarion, Albert de Rochas, Arthur Conan Doyle, Alfred Russel Wallace, Hernani Guimarães Andrade, André Luiz (Espírito) .
• Princípios ético-morais: Emmanuel (Espírito), Cairbar Schutel, Eurípedes Barsanulfo, Hermínio C.Miranda.

Com base nos autores acima, o conhecimento estará solidamente estruturado com base em senso crítico onde a precisão e a fidelidade à legitimidade dos ensinos dos Espíritos Superiores sejam a tonica.

Certamente hoje existem autores sérios que seguem os mesmos caminhos de seus predecessores e, portanto, serão facilmente identificáveis pela seriedade de seus trabalhos e pela conduta com que norteiam as suas pesquisas espíritas.

Segundo Gabriel Dellane, em mensagem psicografada em 2004, em Paris: “Se o conhecimento que estamos angariando na vida não nos é capaz de libertar da sombra generalizada, sombra do intelecto, sombra do sentimento, sombra da moral, algo está em equívoco. Ou esse conhecimento não é expressão da verdade, ou, então, de nossa parte, não estamos assimilando devidamente seus conteúdos. É hora de despertar (...). Estamos perante o extravasar de loucuras sem dimensão; (...) explosões do egoísmo, (...) graves pelejas provocadas por incontáveis almas aturdidas. (...) à frente de tudo isso, porém, raia o Sol portentoso do Espiritismo no cerne da Codificação de Kardec, que nos deverá aquecer e iluminar para a vitória, para a espiritual libertação. ”

NOTA: DR. BEZERRA DE MENEZES FOI O INSPIRADOR DO PROJETO ESTUDOS FILOSÓFICOS ESPÍRITAS DE MINHA AUTORIA.

Bibliografia : MENEZES, Bezerra, Estudos Filosóficos – vols.I,II,III; ________, a Doutrina Espírita; MACHADO, D.J., org., Léon Denis e o Congresso Espírita Internacional de Paris de 1925; DELANNE, Gabriel (Espírito), TEIXEIRA, Raul (médium), Liberdade com o Espiritismo – mensagem psicografada por ocasião do encerramento do IV Congresso Espírita Mundial em 05/10/2004, em Paris, França.